
Existe mais de uma origem para a palavra Carnaval:
1) Da expressão latina "carrum novalis" (carro naval), uma espécie de carro alegórico em forma de barco, com o qual os romanos inauguravam suas comemorações. Os carros navais que faziam a abertura das Dionisías Gregas (ritual ao deus Dionísio que mais tarde foi celebrado em Roma como Baco, espalhando-se para os países de cultura neolatina) nos séculos VII e VI a.C.,
3) Para alguns estudiosos, a palavra CARNAVAL surgiu quando Gregório I, o Grande, em 590 d.C. transferiu o início da Quaresma para quarta-feira, antes do sexto domingo que precede a Páscoa.
O carnaval surgiu no Brasil em 1723, com a migração vinda das ilhas portuguesas da Madeira, Açores e Cabo Verde. Durante as festividades carnavalescas violentas, chamadas de Entrudo (palavra de origem latina que significa "entrada"), a diversão dos foliões era jogar água uns nos outros, loucas correrias, mela-mela de farinha, água com limão, sendo substituído depois pelas batalhas de confetes e serpentinas.
Ao estudarmos a origem do Carnaval, vemos que ele foi uma festa instituída para que as pessoas pudessem se esbaldar com comidas e festa antes que chegasse o momento de consagração e jejum que precede a Páscoa, a Quaresma.Originário dos "Ritos da Fertilidade da Primavera Pagã", o primeiro carnaval que se tem origem foi na Festa de Osiris no Egito, o evento que marca o recuo das águas do Nilo. Os Carnavais alcançaram o pico de distúrbio, desordem, excesso, orgia e desperdício, junto com a Bacchanalia Romana e a Saturnalia. Durante a Idade Média a Igreja tentou controlar as comemorações.
A tradição do Carnaval ainda é comemorada na Bélgica, Itália, França e Alemanha. No hemisfério Ocidental, o principal carnaval acontece no Rio de Janeiro, Brasil (desde 1840) e a Mardi Gras em New Orleans, E.U.A. (dede 1857). Pré-Cristãos medievais e Carnavais modernos tem um papel temático importante. Eles celebram a morte do inverno e a celebração do renascimento da natureza, ultimamente reunindo o individual ao espiritual e aos códigos sociais da cultura. Ritos antigos de fertilidade, com eles sacrifícios aos deuses, exemplificam esse encontro, assim como fazem os jogos penitenciais Cristãos. Por outro lado, o carnaval permite paródias, e separação temporária de constrangimentos sociais e religiosos. Por exemplo, escravos são iguais aos seus mestres durante a Saturnália Romana; a festa medieval dos idiotas inclui uma missa blasfemiosa; e durante o carnaval fantasias sexuais e tabus sociais são, algumas vezes, temporariamente suspensos."
Quando o cristianismo chegou já encontrou as festas, ditas orgiásticas, no uso dos povos. Por seus caracteres libertinos e pecaminosos foram a princípio condenados pela Igreja Católica. Teólogos, doutores e Papas da Igreja Católica, como São Clemente de Alexandria (escritor e doutor da Igreja - 150 - 213 d.C.) TERTULIANO (teólogo romano - Cartago - 155 - 266 d.C., grande pensador polemista dos primeiros séculos da Igreja, combateu tenazmente o relaxamento dos costumes); SÃO CIPRIANO (Bispo e mártir. Padre da Igreja Latina, Cartago, iniciado no século III. Foi decapitado por ocasião das perseguições de Valério); Inocêncio II (Papa-Roma: 1130-1140), entre outros, foram contra o Carnaval.
O carnaval foi redirecionado e conduzido pela Igreja Católica durante muito tempo, mas aos poucos foi ficando fora de controle.
LITERALMENTE!!
O CARNAVAL é uma performance de transgressão e inversão do sistema de signos urbanos , uma forma de apropriação urbana que altera sensivelmente a imagem, a ordem e os valores que regem e fazem o estilo de vida dos outros dias do ano. O carnaval como, desfaz o código cotidiano de relacionamento do sujeito com a cidade, estabelecido pelo compromisso produção/consumo e inventa uma semiótica determinada pelo excesso, pela ironia e pelo grotesco.
Na imagem da cidade do carnaval é determinante a sintaxe da obscenidade, da orgia, da perversão simbólica
Se a cidade é o centro das operações mercadológicas do capitalismo, durante o ritual carnavalesco, ela é reorganizada, por um urbanismo perverso, para permitir a comercialização, consumismo e o desperdício do erótico, da libido, da violência, materialismo, supérfluo, luxúria e vaidade. A cidade é percorrida pelo lúdico, pela sedução e até pela apelação direta ao sexo livre, como registra as campanhas dos preservativos
Pelo fato de muitas pessoas terem represadas em seu íntimo, inúmeras fantasias, ansiedades e desejos das mais diversificadas ordens (devido às imposições legais, religiosas, cristãs, morais, dos bons costumes, éticas, tabus, dogmas, etc), essas vontades incontidas, costumam ser exteriorizadas em momentos de maior permissividade, ou mediante o uso de máscaras para não serem reconhecidos, pois o indivíduo não se permite mostrar intimamente em função do medo/receio do julgamento alheio ou mesmo por conta do cerceamento promovido pela legislação humana em tempos ditos normais ou civilizados.
Dessa forma, é usual o abuso de bebidas alcoólicas (até como um agente "encorajador"), a atividade sexual infrene e irresponsável, assim como o uso de diversas substâncias estupefacientes, o que transforma esse período num "vencedor" disparado, em matéria de estatística do terror e do morticínio brutal: acidentes automobilísticos, assassinatos, suicídios, estupros e outros fatos lamentáveis comportam-se em um crescente nessas ocasiões. E essas estatísticas não costumam considerar outros infortúnios ocultos aos olhos da mídia em geral, tais como: o defloramento de adolescentes imaturas, as gravidezes indesejadas desaguando freqüentemente em abortos provocados, a disseminação das doenças sexualmente transmissíveis (inclusive a AIDS) e as ulcerações morais marcando profundamente certas almas desavisadas e imprevidentes. O fato é que se torna corriqueira a associação do desregramento sexual ao alcoolismo e outros tipos de toxicomania e destes com as desgraças mais mediatas ou mais tardias.
Os principais argumentos dos "defensores intransigentes do carnaval" são:
- Promove o turismo , principalmente o externo, e injeta recursos na economia;·
- Gera milhares de emprego durante o período carnavalesco;·
- Leva "divertimento e alegria a um povo sofrido".
Dados oficiais dão conta de que em Fevereiro/2007, no período do carnaval, foram gastos U$ 498 milhões por brasileiros no exterior contra U$ 414 milhões gastos por estrangeiros aqui no Brasil.
Um evento cujo custo é COLETIVO e o benefício é PRIVADO. O excesso de alguns é pago pela coletividade. Por quê? Uma opção pouco convincente para se gastar tanta energia em tão pouco tempo.
As indústrias de bebidas e as gravadoras enchem os bolsos e a mídia te faz gastar uma nota preta em troca de um abadá. OPÇÃO, questão de gosto e opinião, não repudio...
O carnaval é uma festa que precede o descobrimento do Brasil e até hoje existe em outros países. Por que só no Brasil é assim? Porque houve a harmonização entre os contrários: o carnaval (do momo/gordo, da carne, do excesso, da libertinagem) e a quaresma (do magro, do jejum de carne, do comedido, da penitência). É a personificação do "acender uma vela para Deus e outra para o Diabo". AMBIGÜIDADE! Marca do Clero Romano.
Portanto, carnaval nem segura o turista nacional e nem atrai o turista estrangeiro. Já a lixiviação aos cofres da nação é implacável. As áreas brutalmente impactadas são:
SEGURANÇA: Polícias Rodoviária Federal, Civil e Militar, Corpo de Bombeiros e Defesa Civil demandadas para atender a acidentes de veículos, ocorrências de roubos, furtos, assaltos, arrombamentos, homicídios e outras desavenças.
SAÚDE: Atendimento às vitimas de acidentes, atentados, assaltos, roubos, abortos, desintoxicação alcoólica e outras drogas.
LIMPEZA PÚBLICA: Movimentação de grande contingente a fim de colocar ordem na desordem.
FORÇA DE TRABALHO: Perda de tempo e energia por muita gente, potencialmente produtiva, em atividades extasiantes que nada constroem em contrapartida.
PÓS-CARNAVAL: Muitos desses problemas continuam onerando o erário, após esse período, somando-se a mazelas sociais como a gravidez indesejada, as DST-Doenças Sexualmente Transmissíveis, desintoxicação pelo uso exagerado de drogas lícitas e ilícitas e ao desemprego.
Eu daria meu aval ao "CARNA"val se o balanço entre perdas e ganhos nesse período fosse traduzido por melhorias como a geração de empregos permanentes e o aumento de pequenos negócios, além de Cidadania com Educação Geral, Educação Alimentar, Educação Ecológica, Educação para o Trabalho, Educação para o Empreendedorismo e Educação Financeira e Saúde.
Há 17 - 20 anos eu freqüentava clube e blocos de carnaval e nessa época podia se ver com brilho nos olhos a cultura tão suntuosa que vem do samba, do frevo, das marchinhas e o comportamento elegante dos foliões, o que ao me ver não denegria e dava uma cara mais saudável ao Carnaval...mas hoje há uma invasão na maior parte dos carnavais brasileiros de eguinhas pocotós, piriguetes, créu e o desgastante '" Piririm, piririm piririm alguém ligou pra mim... completando o quadro com:
Eu te uso e você me usa Então tira a minha blusa! Eu te quero até de manhã Vem tirar meu sutiã! De manhã, de tarde, à noitinha Então tira minha sainha! (sem comentários!!)
É, eu particularmente prefiro indiscultivelmente ver "Mais de mil palhaços no salão...e o Arlequim chorando pelo amor da Colombina... no meio da multidão.
Fonte:
The Grolier Multimedia Encyclopedia, 1997. Traduzido por Irlan de Alvarenga Cidade)
http://g1.globo.com/jornalhoje/0,,16010,00.html
http://geocities.yahoo.com.br/marcusu2/isis.html http://www.sergiosakall.com.br/africano/materiaegitomitologia.html http://www.klepsidra.net/klepsidra16/egito-10.htm
http://www.mondogreco.net/dioniso.htm
Apesar de hedonista, condeno o carnaval. O carnaval nada mais é que uma bagunça que permite coisas, coloca máscaras na sociedade, e não só na cara das pessoas. Se você quer beber muito, BEBA, não é necessario uma data para isso, apenas para os hipócritas, tolos que deixam se levar pelos modismos...
ResponderExcluirPassei o feriado de carnaval perto de salvador, e um dia a noite fomos lá. Pela fama que o local levava eu acreditei que seria algo interessante, mas nunca perdi tanto tempo da minha vida. Prefiro o hedonismo individual, prefiro o culto ao prazer pelo simples culto ao prazer, e admitir isso! Prefiro isso, e assumir minha condição de sem-religião a participar de uma orgia e logo depois ir para a igreja pedir perdão pelo que fiz, fiz sabendo que ia pedir perdão e ser perdoado.
O culto ao hedonismo é diferente do culto à podridão, ensinar crianças a dançar o créu, beber e sair dirigindo, atropelando e matando pessoas que não têm nada a ver com sua vida desregrada, até o hedonismo tem limites.
O modismo, a mídia, desenvolveu na cabeça das pessoas a idéia de carnaval, impôs às pessoas um estilo musical, que pelo menos pra mim é uma bosta, e mostrou o que todos queriam ver, liberou o que todos queriam fazer, por isso foi bem aceito.
Extraia da sua vida a felicidade e o prazer ao limite, com consciencia de que as merdas que você faz não devem ser pagas por outras pessoas.
Luks Tamóios